domingo, 21 de abril de 2013

PMs do Carandiru são condenados: 156 anos de prisão

O julgamento dos envolvidos no massacre de 111 detentos do Presídio Carandiru, em São Paulo, em 2 de outubro de 1992, demorou, mas no julgamento, a Justiça triunfou. Após 20 anos de espera, e dois adiamentos este ano, o Plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda, condenou na madrugada deste domingo (21), 23 dos 26 policiais militares acusados pela morte de 13 detentos que estavam no segundo pavimento do pavilhão 9, na extinta Casa de Detenção, a 156 anos de prisão, cada, em regime fechado, que poderão aguardar seus recursos em liberdade. 
O julgamento começou na segunda-feira (15), já que marcado para a semana passada, teve que ser adiado porque uma das julgadoras sentiu-se mal. A sentença foi dada pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão, após os debates entre a Promotoria e a Defesa.dos réus. A pena mínima estabelecida pelo Código Penal para homicídios é de 12 anos, mas esse número no julgamento foi multiplicado pelo número de mortes ocorrido. A advogada dos PMs, Ieda Ribeiro de Souza já recorreu da decisão. 
Ainda existem 53 policiais militares de um total de 79, para serem julgados em data ainda a ser marcada. No julgamento inicial, três dos envolvidos tiveram as suas absolvições pedidas pelo Ministério Público, que comprovou que eles não haviam entrado no complexo, conduzindo cachorros, a fim de defender os seus companheiros da invasão.

O Comandante da ação que resultou na invasão de 330 policiais no pavilhão 9 do Carandiru, foi o coronel da reserva da PM, onde serviu por 32 anos, Ubiratan Guimarães, que foi julgado e condenado pelas mortes, a 632 anos de prisão, em 2001, pois havia determinado a entrada da tropa, com o direito de recorrer da pena em liberdade. Ele, que já havia sido suplente de deputado estadual pelo PSD, em 1998 e 1999, voltou a ser candidato a deputado estadual, em 2002, e foi eleito com 56.155 votos, com o número 14.111.
Submetido a novo julgamento, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, dada a sua condição de parlamentar, foi absolvido por 25 a 2, pelos Desembargadores, que entenderam ter ocorrido erros na ação anterior. Mas, em 10 de setembro de 2006, Ubiratan foi encontrado morto, com um tiro, em seu apartamento no bairro Jardins, em São Paulo. Sua namorada, a advogada Renata.Cepollina, foi acusada pela morte, mas julgada em 7 de novembro de 2012, foi absolvida por insuficiência de provas.







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