sábado, 7 de fevereiro de 2015

Venezuela: Isla Margarita - Uma viagem inesquecível.



                                                                          

                                                       Filas nas portas dos super-mercados
                                                       em Isla Margarita.

Quando meu filho Fabrício Rodrigues da Silva, telefonou-me dizendo que nas férias de janeiro, iríamos passear em Isla Margarita, uma ilha situada na Venezuela, não imaginei que estávamos prestes a viver uma grande aventura, sob dois aspectos: turístico e jornalístisco. Seriam 5.500 kms rodados, 4 dias de automóvel, ida e volta, de Manaus à Venezuela, por estradas desertas, passando pela Serra de La Virgem del Valle - 200 kms -. Somente céu, mata e montanha. Cada cidade fica à uma distância da outra, de 200 a 300 kms, e mais 8 horas de ferry-boat, ida e volta,pelo belíssimo Mar do Caribe, até Isla Margarita.
Em dois carros, com minha nora Ana Caroline Duarte, meus netos Felipe e Ana Clara, e, os tios de Carol, Sidney Carlos da Silva e Ana Paula Araújo, saímos de Manaus no sábado, dia 3 de janeiro, às 3h30 da madrugada. em direção ao município de Presidente Figueiredo, distante do ponto de partida,120 kms, quase duas horas, ingressando na Reserva indigena da tribo Waimiri Atroari - 120 kms de percurso onde é proíbido parar, situada entre os Estados do Amazonas e de Roraima. As correntes abrem às 6 horas e fecham às 18 horas-.

                                                                               

                                               Marco da fronteira entre o Brasil e a Venezuela-


Percorremos municípios do Estado de Roraima, passando pela capital, Boa Vista, até chegarmos à fronteira do Brasil e Venezuela, que fica entre as cidades de Paracaima (Roraima) e Santa Helena de Uairén (Venezuela). Onde ficam o Seniat (aduaneira venezuelana) e a Polícia Federal do Brasil, para os turistas legalizarem, a saída e a entrada.
Dormimos em Santa Helena, no Hotel Anaconda, e pela manhã, documentos em dia, prosseguimos entrando na Serra de La Virgem, um percurso aproximado de duas horas de viagem em meio à uma floresta. Daí prá frente, só céu,estrada, montanha e vegetação, sem que houvesse uma posto de gasolina, restaurante ou lanchonete. Um dia inteiro sem almoço e janta, comendo apenas lanches que levamos.
Chegamos ao município de Las Claritas, criado por aventureiros para a exploração de ouro e outros minerais, local bastante perigoso pelas disputas de áreas. Ali, o posto de gasolina estava fechado por ser domingo.Aí começaram os nossos problemas: o carro de Fabrício, repentinamente, teve um pneu furado e em plena noite escura, tivemos que fazer a troca pelo estepe preocupados por estarmos em local ermo.
Um erro de cálculo fez com que a nossa gasolina estivesse próxima de acabar. Encontramos um vilarejo, onde compramos em uma birosca, gasolina no mercado negro. Preocupados com assaltos na escuridão. Atingimos o município de Guasipati, passando por El Tigres, e pernoitamos no município seguinte, Upata. Ressalte-se que as distâncias entre uma e outra cidade,, chegavam a 300 kms ou mais.


                                                                         


                                          No Mar do Caribe, no ferry-boat, revivendo o Titanic
                                                                   Só faltou a Rose.


No dia seguinte, segunda-feira, partimos cedo em direção ao município de Puerto La Cruz, passando por Puerto Ordaz, - os cinco últimos municípios de grande porte - onde pernoitamos e à noite, embarcamos no Ferry Boat que nos levaria pelo belíssimo Mar do Caribe - 4 horas de viagem -, até Isla Margarita, onde chegamos a uma hora da madrugada. Como havíamos reservado um apartamento no edifício Plaza Margarita, em Porlamar, para lá nos dirigimos, assessorados pelos coordenadores de nossa viagem, Alex e Giovanna, perfeitos no seu trabalho junto a turistas.

Venezuela 

Vive sob uma inflação galopante, atualmente, de 65%, o desemprego é enorme e o salário mínimo é da ordem de 4.900 bolívares. Sua moeda é muito inferior ao Real.

A Venezuela é um dos maiores produtores de petróleo no mercado mundial, mas o povo não come e nem bebe gasolina. Enchíamos o tanque com 20 centavos de Real.As maiores cidades venezuelanas são a capital Caracas, Valência. Outras cidades, Assuncion, Cumaná, 
Sua população é de 35 milhões de pessoas - 18 milhões de homens e 17 milhões de mulheres.eMas, é um povo guerreiro, eminentemente católico - La Virgem del Valle é sua padroeira -, que enfrenta os seus problemas com altivez.

                                                                          
                                                                         
                                                  Passeando com o golfinho em Diverland



Na parte de turismo, suas atrações são muitas e belíssimas. Praias, como El Água, Puntarena, Las Coches, o Canal da Restinga, a Serra de La Virgem del Valle, seus lugares históricos como o Forte Santa Rosa.E, a grande atração: Waterland, com as brincadeiras com os adestrados e inteligentes golfinhos, que nos fazem voltar aos tempos de criança.Nas praias, para os turistas tinha lagosta, peixe, ostras e outras iguarias.Para a população, falta pão, leite, carne, arroz, legumes, remédios, material de higiene.A ilha conta com dezenas de Centros Comerciais -shoppings-, com preços convidativos.

Nesse face, existem fotos e textos complementares.
Certamente, daria um livro, pois não relatei um pneu furado na madrugada, na estrada deserta, e a busca por gasolina no mercado negro, a tentativa de arrombamento de nosso carro, o assalto a 120 brasileiros no Hotel Anaconda, o defeito no motor de nosso barco na Restinga da Laguna, a capotagem de um carro na nossa frente, sem vítimas, o atropelamento de uma paca, uma águia pegando uma cobra, os sustos no percurso, quando éramos parados pelas forças militares da Venezuela., e temendo a fiscalização aduaneira por causa das compras.



Foi realmente, uma aventura digna de ser lembrada. Presenciei a saga de um povo sofrido, que não perde o amor próprio, o amor à Pátria.
Senti-me como no tempo das diligências. Percorrendo vastas. planícies. Até índios avistei pelo caminho. 

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