Maysa Figueira Monjardim, neta do Barão de Monjardim, que se tornou Maysa Matarazzo, ao casar-se aos 17 anos (1953), com o conde e empresário André Matarazzo, de tradicional família italiana, foi uma cantora de voz aveludada na qual exprimia enorme romantismo, compositora e atriz, que nasceu em 06 de junho de 1936 - uns dizem que no Rio, outros que em São Paulo -,que faleceu em um desastre automobilístico, às 17 horas, em 22 de janeiro de 1977, na Ponte Rio-Niterói, ao bater com seu carro, uma Brasília Azul, na mureta, próxima à Praça do Pedágio.
Maysa começou a sua carreira, após o empresário musical, Roberto Côrte Real, tê-la visto cantar em uma reunião familiar. Seu primeiro disco, gravado em 1956, teve a sua renda revertida para causas beneficentes. Com o sucesso, o seu casamento naufragou, porque seu marido não concordava com a carreira de cantora. Assim, ocorreu o desquite em 1957, após o grande sucesso da canção "Ouça" -letra e música de sua autoria-. Seguiu-se outro grande sucesso de vendas, a música "Meu Mundo Caiu", em 1958, também de sua autoria.
Sua carreira deslanchou, e ainda em 1958, foi eleita a melhor cantora do Brasil, pelo Jornal O Gobo e o Clube dos Cronistas de de Discos, recebendo ainda os Troféus Roquete Pinto e Chico Viola, tornando-se a mais bem paga cantora do país. Gravou no total, 264 músicas, 18 albuns de Estúdio e 2 álbuns ao Vivo, entre 1964 e 1969.
Ao se casar, outra vez, com o empresário espanhol Miguel Azanza, foi residir na Espanha, onde viveu durante algum tempo até que a união terminou. Voltou ao Brasil e, reiniciou a sua carreira. Em 1960, fez uma excursão vitoriosa no Japão, e em 1963, apresentou-se em um Concerto no Olimpiá de Paris, a mais famosa casa de shows, do país. Em 1966, participou do II Festival de MPB, da TV Record.
Seguiram-se, a partir daí, shows de muito sucesso em casas noturnas, como o Canecão, Teatro do Copacabana Palace e o Number One, no Rio, e, Cave e Oásis, em São Paulo.
Em 1970, Maysa passou a atuar como atriz, em tele-novelas, como "O Cafona", da TV Globo e "Bel Ami", da TV Tupi.
Maysa casou-se, ainda, vezes: com o maestro Júlio Medaglia. com o compositor Ronaldo Bôscoli; quando de sua morte, estava casada com o ator Carlos Alberto, que foi Secretário de Turismo de Maricá. Mas, só teve um filho: o hoje, diretor de TV, Jayme Monjardim, no seu primeiro casamento.
Em 1972, Maysa, desgostosa com as críticas que a apontavam como dependente de anfetaminas e do álcool, entrou em depressão, e abandonou a carreira, indo morar no município de Maricá, com o seu marido, Carlos Alberto. Quando do desastre, dirigia-se para a sua residência...
Entre as músicas que cantou com muito sucesso, podem ser citadas: "Ouça" (1956); "Meu Mundo Caiu" (1958); "Água de Beber" (1959),de Tom Jobim; "Hino Amor", uma versão de autoria da cantora e compositora francesa, Edith Piaf e da compositora Marguerite Monnot; "Alguém Me Disse" (1960), de Evaldo Gouvêa e Jair Amorim; "O Barquinho" (1964), de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli.
N.R. Maysa foi um dos maiores nomes da música popular brasileira. Uma perda lamentável!. Mas, a sua voz, o seu carisma, a sua beleza, jamais serão esquecidos pelos seus milhares de admiradores.
Tive a oportunidade de conhecê-la e até mesmo de visitá-la em sua casa, no município de Maricá. Também, cheguei no local do acidente, na Ponte Rio-Niterói, e fiz a cobertura (infelizmente) de sua morte.
Em Maricá, onde Maysa residiu com seu marido, o ator Carlos Alberto, que foi diretor de Turismo da cidade, a Prefeitura inaugurou recentemente a Avenida Maysa, ligando Barra de Maricá à Ponta Negra. Uma justa homenagem!.
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