domingo, 3 de março de 2013

Justiça de Minas começa a julgar ex-goleiro Bruno pela morte de Eliza Samúdio

A Justiça de Minas Gerais inicia nesta segunda-feira, no Forum Pedro Aleixo, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais,sob a presidência da Juíza Marixa Fabiano, o julgamento do ex-goleiro Bruno e de sua ex-mulher Daiane Rodrigues. 
Bruno é acusado de ser o mandante do assassinato de sua ex-amante, Eliza Samúdio, e está incurso na prática de homicídio triplificado, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado.
Daiane é acusada de sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho de Bruno, que se condenado, poderá pegar trinta e oito anos de cadeia. Ele está alojado no Presídio Nelson Hungria, há 3 anos, e todas as tentativas utilizadas pelos seus advogados para que ele respondesse o processo em liberdade, foram rejeitadas pela justiça mineira.
Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", amigo de infância do ex-goleiro do Flamengo, Bruno,  foi condenado na madrugada do dia 24 de novembro de 2012, a 15 anos de reclusão, por um corpo de jurados, composto por seis mulheres e um homem. Ele foi considerado culpado dos crimes de sequestro, cárcere privado e morte da modelo Eliza Samúdio, ex-amante de Bruno e, também, por sequestro e cárcere privado do menor Bruninho, filho de Bruno e Eliza.
A condenação ficou mais fácil quando "Macarrão", visando a diminuição de sua pena, de 15 anos, para 12 anos, confessou o sequestro e a morte de Eliza. No seu depoimento, incriminou ainda o goleiro Bruno, apontando o ex-policial Marcos Aparecido Santos, o "Bola" como o autor da morte de Eliza, por estrangulamento. "Macarrão" está preso desde 2010.
O júri condenou, também, a ex-amante de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos em regime semi-aberto, pelos crimes de sequestro e cárcere privado. 
O ex-policial Marcos Aparecido, o "Bola" acusado de ter matado Eliza e ocultado o seu cadáver, será julgado no próximo dia 22 de abril.
A Justiça de Minas reconheceu a morte de Eliza Samúdio, determinando que fosse expedido atestado de óbito, embora o corpo não tenha sido encontrado.
O julgamento deverá durar de três a cinco dias.


Defesa


O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, enfatizará no julgamento que o crime foi  tramado pelo amigo de infância de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, sem que o goleiro soubesse. O motivo foi a ameaça de Eliza em convocar a imprensa para revelar fatos que prejudicariam o ex-goleiro junto ao Flamengo, clube que ele defendia..Para isso, contratou o ex-policial Bola. 
Por outro lado, Bruno poderá confessar que soube da morte de Eliza Samúdio, através de informação de Macarrão.
Deverá alegar, porém, que Macarrão, planejou todo o crime sozinho. O advogado, Lúcio Adolfo da Silva, indica que deverá adotar uma tese, no julgamento que terá início amanhã. Garante que vai manter a versão de que Bruno não é o mandante. 
O trabalho para defender Bruno se complicou desde novembro quando Macarrão confessou o assassinato de Eliza e apontou seu ex-patrão como o mentor do crime. 
Para o Ministério Público, a confissão de Macarrão, embora parcial (não quis entregar o assassino), só reforçou a tese sustentada desde o começo de que Bruno é o mentor do crime. Assim, a Promotoria vê a condenação como certa. 
Para advogados envolvidos no caso, essa delação é o principal indício contra Bruno. Até então, o que mais pesava contra Bruno era o fato de ele ter mentido publicamente, após um treino do Flamengo, de que fazia dois ou três meses que não via Eliza.

O casamento

Mesmo preso e com julgamento marcado, o ex-goleiro Bruno e a dentista Ingrid Calheiros, participaram no Presídio Nelson Hungria de uma cerimônia extra-oficial de união, no dia 12 de junho de 2012, trocando as alianças da mão direita para a mão esquerda. Ingrid, informou, que o casamento oficial será realizado quando Bruno sair da prisão. E, reafirmou a sua convicção de que seu companheiro é inocente: pois "jamais ficaria ao lado de um homem que fizesse um ato desses"..
OPINIÃO
Não vou pregar a inocência de Bruno nem a sua culpabilidade. Acho, que no afã de evitar que Bruno fosse chantageado por sua ex-amante Eliza Samúdio, que queria o reconhecimento do menor Bruninho, como seu filho, tramou o sequestro e o crime. Mais tarde, Bruno tomou conhecimento do fato e preferiu se reservar.
As leias mudaram. Na década de 60, o advogado Leopoldo Heitor foi a julgamento por três vezes, acusado de ter assassinado a tcheca Dana de Teffé, que era sua cliente. Terminou por ser absolvido, porque o corpo nunca foi encontrado.
Hoje, provas técnicas, como no caso do casal Nardoni, são apresentadas e na maioria dos casos, são aceitas pelos jurados.
Por outro lado, quando o crime envolve pessoas famosas, como no caso do ex-goleiro Bruno, titular da equipe do C.R. Flamengo e postulante à seleção brasileira de futebol, a exposição constante junto à opinião pública através da mídia, deixa o réu em situação bem difícil.
No caso dos Nardoni, embora se comprovasse a culpa, o casal já chegou ao julgamento condenado pela população e pelo próprio corpo de jurados. Acrescente-se, aí, o Promotor de acusação, que tem a oportunidade de granjear uma enorme reputação, obtendo a condenação.

CONTROVÉRSIAS
Por outro lado, não se entende porque Bruno sendo primário, tendo domicilio certo e emprego, não tenha obtido o benefício de aguardar o julgamento em liberdade. Em outro caso famoso, o jornalista Pimenta Neves que assassinou a sua namorada Sandra Gomide, mesmo condenado a 15 anos em regime fechado, passou 11 anos em liberdade, aguardando que fossem julgados seus recursos.





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