sexta-feira, 16 de março de 2012

O Espetáculo Mais Triste da Terra - Mauro Ventura

A Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (AGLAC), presidida pelo escritor Fernando Félix, reuniu na última quinta-feira, nas dependências do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (Icbeu), escritores, poetas, jornalistas, advogados e representantes de outras categorias, a fim de assistirem a uma palestra do jornalista Mauro Ventura, sobre o seu recém lançado livro, "O Espetáculo Mais Triste da Terra", no qual relata o incêndio do Grand Circus Norte Americano, em 17 de dezembro de 1961, no município de Niterói.
Na maior tragédia circense do mundo, morreram 503 pessoas (entre adultos e crianças), dados fornecidos na época pela Prefeitura de Niterói, embora haja quem garanta que esse número foi bem maior, já que dados estatísticos dão conta de que haviam 3.100 espectadores assistindo o espetáculo. Mauro Ventura (que vai completar 50 anos de idade), ainda não havia nascido, mas seu interesse foi despertado após ouvir diversos relatos sobre o fato.
Iniciou sua pesquisa, ouvindo sobreviventes e todos que participaram do acontecimento, descobrindo heróis, entre médicos e populares. Aos poucos, sua história foi tomando forma, embora ele mesmo afirme que pairam dúvidas sobre muitos aspectos, inclusive na investigação policial, quando foram apontados como os autores do crime, Dequinha, Bigode e Pardal, que acabaram condenados pelo então Juiz Jovino Machado Jordão. Há quem ache, que o incêndio poderia ter sido causado pela péssima instalação elétrica.
Durante o encontro da Aglac, Mauro respondeu perguntas, explicou todos os fatos e, disse que uma nova edição do livro poderá ser lançada, com fatos novos, já que continua pesquisando e recebendo informações. Falou sobre personagens como cirurgião plástico Ivo Pitangui, o Papa (que destinou verba financeira), a atriz italiana Gina Lolobrigida (que doou sangue), o ex-presidente João Goulart, o profeta Gentileza, o Hospital Antonio Pedro (que havia sido fechado por estudantes de medicina, por não ter condições de funcionamento), a heroína Maria Pérola e seus escoteiros e a elefanta Semba (que salvou muitas vidas).
Na mesa principal dos trabalhos, estavam o presidente da Aglac, Fernando Félix, Mauro Ventura, Josias Ávila Júnior, Edson Oliveira dos Santos, Mário Machado, Gilberto da Cunha Lopes, Marina de Oliveira Dias e esse jornalista. Entre os convidados, os escritores e poetas Oton São Paio, Gilvan Carneiro, Décio Machado e os jornalistas Edson Vianna de Mattos e José Jerônimo Sobrinho
Estava presente, ainda, a contadora Edenir Palma Gonçalves, residente no bairro Porto da Pedra, uma das sobreviventes da tragédia, que perdeu sua mãe e uma irmã.


Homenagem
No terreno em que estava montado o Grand Circus Norte-Americano, funciona hoje a Policlínica Militar do Exército (Praça do Expedicionário, 25, Niterói). Recentemente, foi inaugurado, ali, um Memorial em homenagem às vitimas do incêndio.


QUEM É
Mauro Ventura é jornalista. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. É repórter especial do Segundo Caderno de O Globo e assina a coluna Dois Cafés e a Conta, na Revista O Globo. Em 2008, recebeu o prêmio Esso e o prêmio Embratel pela reportagem "Tribunal do Tráfico".

N.R. Para se conhecer toda a tragédia, recomendo que leiam o livro do jornalista Mauro Ventura, "O Espetáculo Mais Triste da Terra" -Companhia das Letras -. 
E, em menor escala, nesse blog, matéria sobre o Incêndio, já que fui testemunha ocular da história.



Nenhum comentário:

Postar um comentário