sábado, 25 de junho de 2011

Quem matou DANA de TEFFÉ?

Na próxima quarta-feira, dia 29 de junho de 2011, completar-se-ão 50 anos de um dos mais rumorosos casos criminais do Estado do Rio de Janeiro e, mesmo do país. O desaparecimento da tcheca Dana de Teffé (Dana Fitscherova), bailarina clássica, poliglota – falava seis idiomas - que residia no Rio de Janeiro, após ter fugido da II Guerra Mundial, e ter morado na Itália, Espanha e no México. Quando se separou do seu terceiro marido, o embaixador brasileiro Manuel de Teffé Von Hoonholtz – sobrinho do Barão de Teffé -.conheceu o advogado Leopoldo Heitor, que conseguiu na ação de separação, para ela, jóias e um apartamento no Rio. Uma amizade que terminaria muito mal...(foto Revista Cruzeiro).
O advogado Leopoldo Heitor, nascido em Carangola, Minas Gerais, em 20 de agosto de 1922, diplomado em Direito em 1944, pela Universidade do Brasil (hoje, UFRJ), já havia se envolvido em 1952, no célebre Crime do Sacopã, onde o tenente da Força Aérea Brasileira, Alberto Bandeira, foi acusado da morte do bancário e piloto de corridas, Afrânio Arsênio de Lemos, com três tiros, em 06 de abril de 1952. Tudo por causa da disputa pelo amor da jovem Marina Andrade Costa, de 17 anos.
Leopoldo passou a ser apelidado pela imprensa como o advogado do diabo, quando apresentou em 23 de maio de 1952, Walton Avancini, como testemunha da animosidade de Bandeira contra Arsênio. Embora Bandeira fornecesse o álibi, de que estava de serviço no quartel, mesmo com a opinião pública a seu favor, foi a julgamento, sendo condenado a 15 anos de prisão, em 1954, dos quais cumpriu apenas a metade. Em 1972, seu julgamento foi anulado e ele reintegrado à Aeronáutica com todos os seus direitos. Morreu em julho de 2006, aos 77 anos, sempre alegando ser inocente.
Mais tarde, em 1957, Leopoldo Heitor envolveu-se em um caso de estelionato e foi condenado a dois anos de prisão. Fugiu para a Argentina e só voltou em 1960 ao Brasil, quando a sentença foi anulada.

DANA DE TEFFÉ

Assim que conseguiu a separação conjugal, Leopoldo Heitor estreitou mais os laços de amizade com Dana. E, em 29 de junho de 1961, os dois seguiram de carro para São Paulo, onde ela iría trabalhar na Olivetti. Quando Leopoldo voltou contou que Dana teria ido para a Europa, pois descobrira que sua mãe ainda estava viva, e que havia deixado uma procuração para ele administrar os seus bens.
Logo, Leopoldo Heitor vendeu tudo, inclusive o apartamento de Dana, o que levou os seus amigos e o advogado Oscar Stevenson, seu antigo sócio, a suspeitarem dele. A polícia começou a investigar e descobriu que não havia registro de viagem e nem proposta de emprego em São Paulo. Preso em 1962, Leopoldo fugiu para Mato Grosso, onde logo foi recapturado.
Conseguiu fugir outra vez. Julgado a revelia em 16 de janeiro de 1953, foi condenado a 35 anos de prisão. Foi preso na fronteira com o Uruguai.
Começava, uma batalha que se estendeu por mais de 10 anos. Leopoldo Heitor conseguiu transferir para Rio Claro o seu julgamento, sendo absolvido em júri popular em 1965, 1969 e 1971, porque faltava a principal prova: o corpo de Dana de Teffé.
Enquanto isso, a polícia procurava pelo corpo de Dana, fazendo escavações no sitio de Leopoldo Heitor, em Rio Claro, sem sucesso. Quando após o último julgamento, ocorreu em 1974, a denúncia de um empregado sobre o local em que estariam os restos mortais de Dana, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou a reabertura do caso. Leopoldo estava livre, definitivamente.
Leopoldo Heitor continuou advogando até 2001, quando faleceu em 22 de fevereiro, aos 78 anos. Dos seus três casamentos teve 10 filhos.

O mistério persiste: Quem matou DANA DE TEFFÉ. ?

N. R.
Conheci o advogado Leopoldo Heitor, como jornalista, quando ele esteve preso no Quartel do Corpo de Bombeiros de Niterói. Na década de 60. Aos 75 anos (hoje) a memória não me faz precisar, se eu trabalhava na sucursal de Niterói do Diário Carioca ou na sucursal do Jornal O DIA, em Niterói (com um dos maiores repórteres policiais de todos os tempos, meu amigo Mário Dias).
Palestramos durante algum tempo, com ele sempre afirmando sua inocência. Na época, tive boa impressão. Educado, simpático e muito firme em suas colocações. Até hoje, nunca consegui ter certeza de sua culpabilidade. Nem os jurados, que o absolveram...
Só Deus e o próprio Leopoldo Heitor têm certeza absoluta dos fatos...

3 comentários:

  1. O País inteiro sabe que foi um crime premeditado. Também é de conhecimento geral que o motivo particular para o assassinato de Dana Edita Fischerova de Teffé foi, indubitavelmente, a apropriação criminosa de seus bens. Muita coisa se escreve sobre ela, inclusive na tentativa diminuir-lhe o caráter, vilipendiando-lhe ainda após a morte. Um crime bárbaro, perpetrado por ambiciosos e cruéis ladrões.

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  2. Vendo o Caso do Jogador BRUNO, >
    Lembrei e vim ver esse caso da Dana, como sempre>
    Justiça comprada, crimes impunes.
    Isso é Brasil.

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  3. conheci o Dr Leopoldo Heitor conheci seu filho tambem advogado que tinha escritorio na Av. Franklin Roosevelt 94 castelo Rio de Janeiro quando o conhecio Advogado do Diabo ja estava meio caquetico

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