sábado, 4 de junho de 2011

A revolta dos bombeiros no Rio de Janeiro

Revoltados por estarem recebendo o que eles classificam de "os menores salários de todo o País", bombeiros militares do Rio de Janeiro, após promoverem um ato de protesto nas escadarias da Assembléia Legislativa (Alerj) e uma passeata pelas principais ruas da cidade, na última sexta-feira, dia 03 de junho de 2011, invadiram o Quartel-General da corporação, com suas mulheres e filhos.
Após permanecerem toda a noite, protestando contra os R$ 950,00 bases, líquidos , enquanto em outros Estados Brasileiros os salários são de três a quatro vezes maiores, receberam a visita do Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel PM Mário Sérgio Duarte, que tentou dialogar, pedindo que retornassem às suas casas, não sendo porém atendido.
Na manhã de sábado, dia 04 de junho de 2011, atendendo a determinação do governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, tropas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar, usando gás lacrimogênio, spray de pimenta e bombas de efeito moral, penetraram no QG, ocasião em que houve leve escaramuça, que resultou na prisão de 439 bombeiros militares.
O exz-capitão do BOPE, Paulo Storani, que foi secretário de Segurança Pública, em São Gonçalo, analisou o acontecimento para uma rede de televisão. Explicou que "o governo do Estado vai precisar saber como resolver o problema, já que a convivência entre os integrantes do Corpo de Bombeiros com a Polícia Militar e com a administração estadual vai ficar bem difícil".
Lamentou a demora de quase dois meses, na busca de um diálogo que impedisse o acontecido.
O governador Sergio Cabral em reunião com a imprensa no Palácio Gunabara, classificou o fato como "um ato de irresponsáveis desequilibrados, que responderão administrativamente e criminalmente". Acusou a interferência de forças políticas contrárias ao seu governo, de se aproveitarem da situação. Afirmou que "nunca se investiu tanto nos últimos 40 anos, no Corpo de Bombeiros".
No final, anunciou a exoneração do coronel BM Pedro Machado e a nomeação do coronel Sérgio Simões, ex-subsecretário da Defesa Civil, como o novo comandante do Corpo de Bombeiros.
Outro especialista em Segurança Pública, Rodrigo Pimentel, classificou a iniciativa dos bombeiros militares como "motim", dizendo que os militares "não têm direito a greve". Elogiou a intervenção do Bope, afirmando que foi "a retomada do QG foi uma ação legitima". Também lamentou a demora do governo estadual em abrir um canal de negociação e condenou o comandante do CB, coronel BM Pedro Machado, por não intermediar as reivindicações, ressaltando o fato de que "os bombeiros do Rio são os mais exigidos de todo o país por suas catástrofes e grandes eventos como o Ano Novo, e, agora, a Copa do Mundo e as Olímpiadas".
Os 439 bombeiros foram levados em ônibus especiais para o Batalhão de Choque e depois para a Corregedoria da PMERJ, em Neves, São Gonçalo para serem qualificados. Durante todo o tempo cantaram o Hino Nacional e pediram SOS.
Parte dos presos deverá ficar no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, e o restante no Batalhão de Choque da PMERJ.

Um comentário:

  1. O que está por trás dos bombeiros.



    Nos últimos meses venho acompanhando as manifestações que alguns bombeiros vem realizando em frente a assembléia legislativa, ali na rua 1° de março. Confesso que estive presente nas duas primeiras manifestações deste ano, mas não mais retornei. Ficava ali, parado e assistindo cinco ou seis bombeiros e PMS disputarem o microfone, tomando minutos repetitivos que pareciam nunca terminar. Cada um querendo aparecer mais que outro. Eram sempre os mesmos. Normalmente, do lado dos bombeiros, era gente que tinha seus próprios vínculos políticos com deputados e vereadores. Infelizmente gente que verdadeiramente poucas horas de trabalho dedicou ao CBMERJ.

    Tempos depois, li no jornal que seis ou sete bombeiros haviam sido presos por incitar greve. Ao ver cada nome, lembrava dos panfletos que recebi em época de eleição e me perguntava, se uma instituição centenária merecia ser usada para alavancar a carreira de meia-dúzia.
    Gostaria que todos vocês ao lerem os nomes dos lideres desse movimento, fossem até o Google e checassem quais não foram candidatos nas ultimas eleições.

    Os três principais lideres são:

    Capitão alexandre Marchesini (Candidato a deputado pelo PR)
    Capitão Lauro botto (candidato a deputado pelo PV)
    Cabo Benevenuto (candidato a deputado pelo PRTB)

    E os dois principais PMs que discursam sempre são:

    Coronel Paul (Candidato pelo DEM)
    Cabo Gurgel (candidato pelo PTB)

    Será que não está óbvio que essa gente quer uma melhoria pra elas próprias?

    O CB Benevenuto, por exemplo, passou os últimos 4 anos lotado em um gab de deputado e depois saiu candidato.
    O Capitão Marchesini, foi candidato pelo partido do Garotinho. Por que ele não cobrou do Garotinho este aumento na época que ele era governador?

    Acordem. Esse pessoal nunca foi bombeiro de verdade. Todos os que ali estão só querem usar a corporação como trampolim político. Já vi vários deputados bombeiros serem eleitos e a coisa só mudou para eles.
    Quando fiz minha escolha por um serviço publico, eu sabia que o salário era baixo, mas decidi ingressar pela estabilidade. Foi uma escolha minha, troquei o salário mais alto da iniciativa privada, pela estabilidade de um emprego publico. Não vou agora me vitimizar por minha própria escolha. Isso seria safadeza.

    Vejo até crianças sendo levadas aos protestos. Ora, pra que alguém vai levar crianças para uma manifestação? Só se for pra servir de escudo humano, não há outra justificativa. Isso é atitude de oportunista covarde.

    Óbvio que bombeiro ganha pouco. Assim como todo funcionalismo e é uma situação que ouço desde que me conheço por gente.

    Vamos melhorar sim, mas não com essa turma que aí está.

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