quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ana de Assis e Dilermando: uma trágica paixão!


Uma belissima obra literária, que encarna uma realidade, é o livro do escritor Jeferson de Andrade, "Anna de Assis - História de um Trágico Amor", onde a filha de Dilermando de Assis e Anna de Assis. Judith Ribeiro de Assis, presta um depoimento esclarecedor sobre a tragédia ocorrida em 15 de agosto de 1909, na localidade denominada Piedade, subúrbio do Rio, que culminou com a morte a tiros do escritor Euclides da Cunha (autor de "Os Sertões", obra prima da literatura nacional) pelo jovem Cadete da Escola Militar do Exército, Dilermando de Assis, amante de Anna, esposa de Euclides, que aos 30 anos de idade, apaixonou-se por Dilermando, que tinha 17 anos.

Por ter matado, em legitima defesa, um dos maiores vultos da literatura da época, Dilermando foi perseguido por todos os escritores, pela imprensa e pela sociedade, mas terminou por ser absolvido pela Justiça.
Aconselho que vocês leiam a obra, para que façam uma análise da relação amorosa que envolveu os três e que no final, a ninguém beneficiou. Um amor que gerou um imenso drama, e que no final terminou por se extinguir, porque Dilermando de Assis após 14 anos de casamento, abandonou Anna por uma outra mulher (Marieta), com quem teve uma filha (Dirce).
Mas, a paixão entre os dois foi arrebatadora (como sempre existem algumas, que terminam sem razões aparentes).
Ao descobrir que era traído, Euclides da Cunha foi para matar Dilermando, feriu seu irmão Dinorah que ficou aleijado, e acabou sendo morto por Dilermando, que havia recebido antes diversos disparos. Anos depois, após ter sido absolvido pela Justiça Militar, Dilermando foi obrigado a matar a tiros, no interior de um cartório judicial, Euclides da Cunha Filho (Quidinho) que tentava vingar seu pai. Mais uma vez, Dilermando foi absolvido.
Anna de Assis, separou-se de Dilermando ao descobrir a sua infidelidade, mudou-se para Paquetá, onde viveu com seus cinco filhos, até a sua morte, vitima de um câncer, em 12 de maio de 1951. Dilermando, que chegou ao posto de General de Exército, morreu no dia 13 de novembro de 1951, aos 63 anos de idade, vitima de derrame cerebral.
Historiadores da época, afirmavam, que suas últimas palavras foram lembrando Saninha.
Antes, uma das peças da tragédia, Dinorah, que foi zagueiro do Botafogo, campeão em 1910, suicidou-se, jogando-se ao mar no Rio Grande do Sul.
O destino foi implacável com Euclides, Anna e Dilermando, que arrastaram consigo outras vitimas. O amor apaixonado de Anna e Dilermando que os conduziu a grande "Tragédia da Piedade", terminou adiante, mas certamente há que ter valido a pena.
Em suas memórias, Anna afirmou: "só se ama uma vez na vida. Eu não errei. Eu amei".
N.R. Judith Ribeiro de Assis em seu depoimento, mostra sua mãe, Anna de Assis, "como uma mulher excepcional, como amante, como esposa e, principalmente como mãe".
Apesar de todos os seus problemas, Dilermando teve uma carreira brilhante no Exército e fora dele. Atingiu o posto de General de Exército, foi engenheiro, escritor e pertenceu aos quadros da Maçonaria. Foi, ainda, campeão de tiro em diversas modalidades, vencendo diversas competições nacionais.




P.S. Republicado a pedido.

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