sexta-feira, 6 de abril de 2012

Clube dos Morcegos: uma época romântica que se foi...

Na década de 60, mais precisamente entre os anos 1963 e 1967, na Praça Ararigbóia, em Niterói, reunia-se um grupo constituído por jornalistas, políticos, militares, advogados, escritores, poetas, músicos, professores, dirigentes de clubes sociais, empresários, e, representantes de outros segmentos comunitários, no horário compreendido entre às 22h e 04h da madrugada, a fim de discutir assuntos variados, trocar idéias e falar de assuntos mundanos.
Eles vinham chegando pouco a pouco, oriundos de seus trabalhos, formando uma irmandade que cognominei de "CLUBE DOS MORCEGOS", porque tal qual aqueles mamíferos vertebrados, tinham hábitos crepusculares e noturnos, ou seja: gostavam da noite e da madrugada.
Sempre havia um grupo presente, em qualquer dia da semana. Alguns, compareciam todas as noites, exceto aos sábados e domingos. Quando se aproximava a chamada "hora grande" (meia-noite), muitos atravessavam a Baía de Guanabara, nas barcas que faziam o percurso Niterói-Rio e vice-versa, a fim de, na Praça XV, saborearem o tradicional e famoso "Angu do Gomes". 
Mas, também se dirigiam aos clubes sociais e recreativos e às quadras das Escolas de Samba, a fim de curtirem as suas programações. Era comum se frequentar a Leiteria Brasileira -ao lado do Cinema Odeon-, onde haviam no cardápio, sopa e risoto de frango. Alguns, iam, ainda, ao Mercado Municipal onde havia a gostosa "sopa de entulho" (repolho, carne e diversos outros legumes). Isso, na madrugada. 
Com o passar do tempo e o advento da Revolução Militar, os encontros desapareceram. Terminou uma fase de enorme romantismo, muita amizade e solidariedade. Ali, se resolviam muitos problemas, pois o grupo era muito solidário.
HOMENAGEM
Quero, saudosista que sou, lembrar esse momento tão especial para mim. Quero homenagear inicialmente, aqueles que Deus chamou para perto de si, como: os jornalistas Waldemar Funnes, Hercílio Miranda, Maurício Regent, Maria Regent, Siney Corrêa, Lysiane Cunha, Milton Rocha, Osvaldo Elias de Moraes, Marlet Miriam, Rogério Coelho Neto, Ivan de Souza, Ivan Leal, Vital dos Santos, Carlos Silva,  Carlos Barcellos, Luiz Vivas, Mauro Costa; fotógrafo Délio Limoeiro; radialistas Nilton Campagnac, Manoelino Barbosa, Hélio de Oliveira, Aloysio Garcia; Delegado de Polícia Roulien Pinto Camilo; Advogado Arídio Velloso; Quirino de Oliveira (funcionário federal e vice-presidente social do Mauá e do Canto do Rio). Adalberto Beyruth (funcionário estadual, que chegou a ser presidente da Associação das Escolas de Samba de Niterói).
Dos que ainda estão por aqui, lembro: jornalistas Antonino Marques, Tácito Tani, Jourdan Amora, Carlos Ruas, Continentino Porto, Inaldo Batista, Mário Dias, Gilson Monteiro, Adilson Guimarães, Ismar Mariano; cinegrafista Maurício Guimarães; Sérgio Marinho (músico e diretor do conjunto  Samba Show, e, diretor da UBC -SBACEM, entidades arrecadadoras de Direitos Autorais); ex-vereador Wolney Trindade; Coronel PM Armando Mário de Azevedo; Coronel PM Anivaldo de Souza Paiva.

N.R. Quem lembrar algum outro nome, pois a memória as vezes ocasiona lapsos, envie sua colaboração.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Caríssimo Assueres Barbosa!
    É realmente uma satisfação enorme ler este seu texto, narrando os fatos de um passado que lembro, mas infelizmente não participei por ser ainda muito criança, pois em 1963 ainda tinha 8 anos, porém lembro muito bem dos tempos do jornalismo niteroiense dessa época, em que meu pai e minha mãe, Maurice Regent e Maria Regent, participavam ativamente. Você é uma peça importante dessa linda história e dessa época de nossa cidade. Eu acho que herdei um pouco deles, pois também gosto de escrever, logicamente não com a mesma qualidade, (cronicasduregent.blogspot.com), também sou colaborador do Jornal Arauto dos advogados do amigo Reinaldo de Almeida. Você referiu-se à minha mãe no grupo dos que se foram, ela está viva, graças à Deus, com 77 anos e lhe envia um grande abraço. Eu, de minha parte, deixo registrado meu enorme respeito e admiração por você e pelo seu trabalho, que muito acompanhei desde criança ao lado de meus pais.
    Um grande abraço, meu amigo!
    Paulo Mauricio Regent.

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